A uma grande distância do chão existia uma janela, inalcançável…? pelos sentidos, imaginação, sexo, amores, sentimentos, dores, temores, lógica, sensatez, abuso, transcendentalismo, utilitarismo, nirvana, conhecimento, força, fé, sabedoria, orgasmos, violência, paz, poder, música, artes, leitura, literatura, velocidade, lentidão, contato, separação, emoções, infinito…
Tal distância, banhada pelo impossível, desafiava a existência os maiores aventureiros que puramente gostariam de ter aquilo que lhes era negado: a visão… Dionisíaca, apostólica, apolínea, cristã, nórdica, vencedora, debilitante, naufraga dos sentidos, perfeita e sagrada, universal, do que podia consistir em tudo aquilo que não conhecem, sentiram, perceberam, imaginam, adotam como o cerne, o radical, o antes e o depois, tudo aquilo que escapa o que é e ainda assim… Continua sendo…
Engenheiros projetaram escadas, pirâmides, prédios, altos, fortes, instintivos, pequenos e grandes, imensos e gigantes.
Filósofos construíram pensamentos e argumentos de lógica que lançavam cordas, forças, ganchos as alturas tentando apanhar, amarrar, prender, a janela aos seres humanos e elevá-los pela força da razão ou da fé.
Artistas incentivavam as pessoas a tentar senti-la, buscar o atalho, a senda, o caminho mais curto…
Guerreiros lançavam flechas tentando acertar algo através dela, quiçá, para destruir o que houvesse por detrás e num golpe do destino ou azar pudesse causar problemas…
Hedonistas procuravam a janela nas intimidades da saúde…
Egoístas, tentavam construir sua própria janela…
Capitalistas tentavam comprar a janela…
Políticos promulgavam leis que, ao menos, em tese, serviriam de apóio para se chegar à janela.
Mas o que pouquíssimos ressalvaram, por submergir quase a totalidade do tempo tentando alcançá-la, é que: a janela está em movimento, possui “vida”! E em muitas ocasiões de uma história… ela estava tão próxima, ao lado, no limite, que era possível a visão mais tênue e branda do que foi e continua sendo…